Lenda do Boitatá: origem e história

Lenda do Boitatá: origem e história

A lenda do Boitatá é uma das mais famosas do folclore brasileiro. Apesar de a lenda ter algumas “versões” diferentes em algumas regiões, todas as histórias apresentam o personagem como um animal de fogo.

Como acontece com a maioria das lendas, a história já foi pesquisada e há registros que pontuam quando esses fatos foram apresentados pela primeira vez.

Sendo assim, resolvemos expor aqui a lenda do Boitatá e todas as curiosidades e fatos históricos relacionados a ela, além das diferentes versões que são contadas em diversas regiões do Brasil. Desse modo, você ficará sabendo tudo sobre esse personagem tão marcante do nosso folclore.

Qual a origem do Boitatá?

Como dissemos, muitos historiadores já tentaram descobrir quais foram as origens da lenda do Boitatá. No entanto, a teoria mais aceita remete ao século XVI. Isto é, o Boitatá e sua história nasceram no primeiro século de vida do Brasil.

De acordo com os historiadores, o primeiro registro que faz menção ao boitatá foi escrito pelo Padre José de Anchieta. Curiosamente, embora o nome Boitatá tenha sua origem na palavra tupi (mboi = cobra, de fogo = tatá), José de Anchieta citou essa cobra como um fantasma em um dos seus textos.

lenda do boitatá
(Foto: No Amazonas é Assim)

É bom ressaltar que, oficialmente, o registro do padre foi feito com base no relato dos índios, ou seja, não há provas de que o padre tenha visto a cobra. Isso nos leva a concluir que a lenda existia muito antes da chegada dos portugueses ao Brasil.

O que diz a Lenda do Boitatá?

Conforme destacamos, a lenda do Boitatá sofre algumas alterações em muitas regiões do Brasil. No sul, por exemplo, a origem do Boitatá vem da Bíblia.

Nessa versão da história, após o dilúvio, muitos animais morreram e as cobras ficaram rindo desse fato. Como castigo suas barrigas começaram a pegar fogo até que elas fossem completamente tomadas pelas chamas.

Mesmo assim, de modo geral, conforme é contado em alguns estados das regiões Norte e Nordeste, a lenda do Boitatá versa sobre uma serpente de fogo que protege as matas e os animais, lutando contra as pessoas que provocam queimadas.

Segundo essa versão, o Boitatá vive dentro dos rios e lagos e apenas abandona o seu habitat para assombrar e queimar os incendiários.

Em certos estados, o Boitatá deixa de ser uma cobra e se transforma em um touro. Nessa versão, temos um touro feroz que solta fogo pela boca e castiga a todos com seu fogo infernal.

Segundo alguns povos nordestinos, o Boitatá é conhecido como “Alma dos Compadres e Comadres” e o ser místico nada mais é do que uma representação das almas penadas do mal, que arrastam o seu fogo por onde passam.

(Foto: adragonbr)

Ainda no nordeste, alguns povos dizem que o Boitatá é uma alma penada que teve que pagar pelos pecados cometidos, sendo obrigado a rastejar pelas florestas nas escuridão da noite.

Na região Sudeste, as lendas são parecidas com os outros locais. No entanto, algumas versões indicam que a cobra havia sido a única sobrevivente de um dilúvio.

Isso só foi possível, pois a serpente havia se escondido em um buraco. Assim, por conta da escuridão do buraco, seus olhos cresceram de forma anormal e, para sobreviver, a cobra passou a assumir uma forma assustadora.

Desse modo, com seus olhos flamejantes, o Boitatá passou a assustar os viajantes e devorar animais.

Lenda do Boitatá – História Infantil

Conheça agora a versão da lenda do Boitatá através de uma linda história para educação infantil:


Portanto, como pôde perceber, a lenda possui diversas versões. Contudo, o fato é que se trata de um animal místico que, dependendo da versão contada, é um protetor ou um dos terrores das florestas.

Por fim, esperamos que essas histórias que lhe apresentamos tenham sido suficientes para lhe ajudar a conhecer um pouco mais sobre essa história, que é uma das lendas mais populares do folclore brasileiro. Não à toa, o país inteiro conhece a lenda do Boitatá, mesmo que cada lugar tenha uma versão diferente.

Sebastião Ferreira

Sebastião Ferreira é redator do Blog GRzero há 2 anos, trabalha como redator freelancer e escreve para alguns jornais e revistas.